Adiado julgamento de família acusada de escravizar pessoa deficiente

04-10-2010 16:19

 

O Tribunal de Vila Verde adiou hoje, para quarta feira, o julgamento de quatro membros de uma família proprietária de uma exploração agrícola, acusados do crime de escravidão.

A acusação foi deduzida contra um casal e os seus dois filhos por alegadamente terem mantido nessa situação, durante 25 anos, um jovem com deficiência moderada.

O jovem era órfão e tinha sido entregue pela segurança social para acolhimento. A mãe tinha sido caseira da família agora acusada.

O adiamento ficou a dever-se impedimento do Tribunal.

A acusação concluiu que a vítima foi sujeita, numa quinta em Coucieiro, Vila Verde, a trabalhos duros, sem direito a qualquer recompensa, sob maus tratos, agressões violentas e condições de vida desumanas.

A vítima, Rui Manuel atualmente com 36 anos, encontra-se ao cuidado da Segurança Social de Braga que o entregou a uma família de acolhimento na freguesia de Revenda.

Foi libertado da alegada escravidão, em novembro de 2004, graças à intervenção conjunta de uma equipa da GNR de Vila Verde e de técnicos da Segurança Social.

Segundo o Ministério Público, foi encontrado num estado de grande degradação, física e psicológica.

Os quatro arguidos, Casimiro Alves (proprietário da quinta), a mulher e os seus dois filhos, foram acusados de terem privado Rui Manuel da "consciência da sua própria liberdade e de toda a dignidade humana".

O despacho de acusação refere que os arguidos agrediram fisicamente o deficiente com recurso a todo o tipo de objetos e em diferentes parte do corpo, por não desempenhar na perfeição as tarefas exigidas, por pedir comida aos vizinhos, ou mesmo sem qualquer motivo aparente.

O Ministério Público acusou os arguidos de nunca terem tratado a vítima como membro da família ou sequer como pessoa de direitos.
Voltar

Procurar no site

© 2010 TV MINHO Todos os direitos reservados.

TV MINHO A Sua Tv Regional do Minho