Dez anos de biocombustível equivalem a mais 550 mil carros nas estradas

08-11-2010 16:15

Os planos de aumento do uso de biocombustíveis em Portugal nos próximos dez anos farão disparar as emissões de dióxido de carbono, equivalendo a colocar nas estradas mais 550 mil carros, indica um estudo apresentado esta segunda-feira em Bruxelas e citado pela Lusa.

A conclusão é só uma: os biocombustíveis «não são amigos do ambiente», diz o estudo patrocinado por uma coligação de organizações ambientais, que inclui a Greenpeace, Friends of the Earth e ActionAid.

O estudo refere que a aposta europeia nesta solução poderá sacrificar até 69 mil quilómetros quadrados de terras e provocar a emissão extra de 27 a 56 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa.

Isto porque, a produção de biocombustíveis implicará não só a reconversão de florestas e ecossistemas naturais, como também o «desvio» de produções agrícolas.

O estudo conclui então, baseado nestes planos de 23 Estados-membros, que os efeitos da aposta em biocombustíveis poderão representar em 2020 a reconversão de uma área equivalente a duas vezes o tamanho da Bélgica e a colocar nas estradas europeias até 26 milhões de carros suplementares.

Sobre Portugal, o estudo indica que os planos levarão a 1,22 milhões de toneladas extra de emissões de dióxido de carbono anualmente, «o equivalente a colocar nas estradas até 550 mil carros suplementares».

«Portugal, felizmente, falhará a meta, meramente quantitativa e sem quaisquer critérios de sustentabilidade, de incorporação em 2010 de 10 por cento de biocombustíveis no abastecimento ao transporte rodoviário, prevista no Plano Nacional para as Alterações Climáticas», acredita o vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, que, em comunicado, reagiu a este estudo.

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