Republica em Debate e em Fotografias

“Partidos e Programas Políticos Republicanos” é o tema para a primeira conferência do ciclo “Política e Primeira República” que o Departamento de História da Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Braga promovem esta quinta-feira (28 de Outubro) no âmbito das comemorações do centenário de implantação de República em Portugal.
Tem como orador convidado Ernesto Castro Leal, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e acontece a partir das 21h30 no salão nobre da Reitoria da Universidade do Minho, ao Largo do Paço.
Resultante de igual parceria entre o Município/Museu da Imagem, o Departamento de História da Universidade do Minho e do Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória”, está também patente ao público, na Escola Secundária Sá de Miranda, a exposição “Braga nos Tempos da I República: Ressonâncias Socio-Culturais”.
Esta mostra – preparada para a itinerância por outros estabelecimentos de ensino – pretende ilustrar «ecos da república em Braga a partir de um olhar focalizado nos ecos dos valores socio-políticos e culturais do regime, veiculados através da imagem fotográfica», designadamente da produzida nos estúdios e por fotógrafos da cidade.
É neste contexto que o Presidente da Câmara Municipal faz questão de afirmar, em texto inserto no catálogo da exposição, que, «mesmo quando se pretende transmitir estados de alma, ambiências ou contextos sociais e políticos, a imagem – no caso, a fotografia – não deixa de ser, antes o será, um dos meios obrigatórios». E para evocar o centenário da República – diz Mesquita Machado – nada mais nobre: «melhor, nada tão republicano».
De acordo com o documento que suporta esta mostra, «a opção republicana congrega, nos primeiros anos de Novecentos, intelectuais, franjas das classes médias, tradicionais e emergentes, segmentos do pequeno funcionalismo estatal e civil, sectores do operariado industrial e artesanal, o que denota o perfil sociológico eminentemente urbano do ideário e do programa republicanos».
«O poder sedutor do novo imaginário político republicano, materializado na intensidade das manifestações de propaganda e no crescimento das dinâmicas políticas e culturais associativas (centros e clubes republicanos, Associação Promotora do Registo Civil), é potenciado pela conjuntura que marca o triénio final da Monarquia Constitucional», assina Fátima Moura Ferreira.
Tudo somado – conclui – percebe-se que no tom e na forma, esta exposição “Braga nos Tempos da Primeira República” convide a uma viagem onde as imagens se desdobram em sons de uma modernidade à procura dos seus ritmos.