Theatro Circo para Todos , tambem em Outubro

30-09-2010 15:58

O concerto faz-se de “Ópera, Canções e Jazz”, três géneros musicais que cruzam as vozes de Inês Soares e Carlos Guilherme com a Orquestra do Norte para uma actuação evocativa do Dia Mundial da Música (1 de Outubro, 21h30). Celebração é, aliás, a palavra de ordem no mês em que o Theatro Circo cumpre o seu quarto ano de regresso à actividade, que assinala com um espectáculo de Cristina Branco; também um mês em que Terry Riley vem a Braga apagar as velas do seu 75.º aniversário, e em que regressam as tão aguardadas sessões de cinema.

Sob direcção de José Ferreira Lobo, “Ópera, Canções e Jazz” oferece um programa composto por temas musicais consagrados de cada uma das linguagens musicais ao mesmo tempo que presta tributo a compositores e intérpretes como Pucinni, Tristão da Silva ou Sara Vaughan.
«Juntar a ópera, as canções e o jazz é dar a cada um dos estilos o seu espaço dentro de todos os outros», explica o maestro, que propõe um programa inédito para uma circunstância que tem por objectivo a promoção dos valores da paz e da amizade através da música enquanto linguagem universal.
Em dia de aniversário, o espectáculo que fala do tempo. A 27 de Outubro (21h30) o Theatro Circo comemora o quarto ano de regresso à actividade e Cristina Branco sobe ao palco da Sala Principal para apresentar o seu mais recente trabalho.
Kronos”, décimo álbum de «uma das vozes maiores da música portuguesa» adopta o “tempo” como tema unificador e expande-se por temas da autoria de nomes que, em comum, têm percursos desenhados ao longo de muitos anos, com contributos incomparáveis na afirmação de um cancioneiro português de qualidade.
Simultaneamente entregue à digressão internacional de “Kronos” e ao desafio de produzir um novo álbum, Cristina Branco convida os bracarenses a conhecer ao vivo as composições inéditas de José Mário Branco, Sérgio Godinho, Amélia Muge, Rui Veloso/Carlos Tê, Vitorino, Janita Salomé, Victorino d’Almeida e Mário Laginha, entre outros, que, após “Abril”, marcam o regresso de Cristina às interpretações de originais.

Terry Riley nasceu em 1935 na Califórnia. Este ano comemora o 75.º aniversário sob a forma de digressão mundial de “California Kirana - The West Coast Legacy of Pran Nath”.
Em Portugal, o compositor californiano escolheu exclusivamente o Theatro Circo (19, 21h30) para celebrar uma vida dedicada à música, que lhe valeu o reconhecimento enquanto fundador do movimento minimalista.
Ao lado de Talvin Singh (percussão) e George Brooks (saxofone), Terry Riley protagoniza um espectáculo dominado pelas influências do mestre Pran Nath.
Discípulo do vocalista indiano desde o início dos anos 70, Riley traz a palco as tradicionais “ragas” indianas com arranjos de piano, voz, saxofone e percussão, destacando alguns dos ragas de tradição kirana favoritos de Pran Nath, como Darbari, Bageshri, Malkauns, Yemen e Bhimpolasi.
Para além de performances a solo, os três músicos propõem ainda a interpretação de temas dos projectos “Salome Dances for Peace” e “Ebony Horns”.
Após o lançamento de “40.02”, os “peixe:avião” antecipam, a 9 de Outubro (22h00), “em casa”, o segundo álbum de longa duração que chegou às lojas no final do verão e que apresenta “No Jogo da Quimera” como primeiro single.
Três anos separam já “Madrugada” de “finjo a fazer de conta feito peixe:avião” e dos sucessos “a espera é um arame” e “camaleão”. Neste espaço de tempo muito aconteceu aos bracarenses “peixe:avião”, que, das Salas de Ensaio do Estádio 1.º de Maio, voaram para as emissões das rádios nacionais e para os palcos de concertos como o “Festival Super Bock em Stock 2008” ou a celebração, no Pavilhão Atlântico, do décimo aniversário da Fnac em Portugal.
A abrir o ciclo de seis “Concertos Comentados” por António Cartaxo dedicado à geração de 1810-1811 – Schumann, Chopin e Liszt (20, 21h30) –, o pianista Domingos-António Gomes propõe um programa composto pelas obras Polonaise, op. 40, n.º. 1, Dois prelúdios, op. 28, Três Estudos, op.25, n.ºs. 10,11,12 e Ballade n.º 3, op. 47, de Chopin.
Na segunda parte, o recital inclui a interpretação de Kreisleriana, op. 16, de Schumann, e Lenda de S. Francisco n.º 2, de Schumann.
Com a estreia de “A Cabeça do Baptista” – 5, 7 (21h30) e 10 (16h00) –, a nova produção da Companhia de Teatro de Braga, tem início o cartaz de trabalhos dramáticos que o Theatro Circo recebe em Outubro e que é composto ainda pela peça “O Fim”, do Centro Dramático de Évora, e pela comédia musical “Amor Solúvel”.
«Melodrama para marionetas» - foi desta forma que o autor Don Ramón María del Valle Inclán definiu “A Cabeça do Baptista”, peça que configura o “Retábulo da avareza, da luxúria e da morte”. O argumento é conciso, categórico, como uma pancada imprevista que com o seu aperto quisesse paralisar as personagens de um rito que vinham entretendo as horas entre sombras de nada.
Encenada por Manuel Guede Oliva, a obra de apenas um acto, que tem uma óbvia afinidade simbólica com a história grotesca de São João Baptista, Salomé e Herodes, coloca Alberto Saco no centro da acção. Também conhecido por “El Jándalo”, o protagonista chega a uma aldeia indeterminada, num lugar inefável, com o propósito explícito de vingar-se de Don Igi, um indiano que fora em tempos amante, ladrão e assassino da Baldomerita, a mãe do recém-chegado. Num cenário de vingança, a crueldade premeditada, pérfida e nocturna envolve toda a peça.
Clássico da literatura portuguesa dramática do século XX, “O Fim - História Dramática em Dois Quadros” chega ao palco da Sala Principal a 13 e 14 de Outubro (21h30) pelo Centro Dramático de Évora.
Da autoria de António Patrício, “O Fim”, obra publicada em 1909, um ano antes da queda da Monarquia, reveste-se de influências dos movimentos estéticos do Simbolismo e do Expressionismo para construir uma fábula teatral a partir de dados oriundos da conturbada situação histórica e política do país.
Deste contexto surge uma galeria de personagens de entre as quais se destaca a enlouquecida Rainha Velha, inspirada na rainha-avó Maria Pia, que perdeu a razão depois do regicídio de 1908, onde morreram o filho (o rei D. Carlos) e o neto (o príncipe Luís Filipe).
«“O Fim” é uma espécie de laboratório teatral no qual o dramaturgo António Patrício prenuncia não só a extinção do regime monárquico em Portugal, de que assinalamos agora o centenário, mas também toda uma atmosfera de tragédia colectiva que parece ser premonitória dos conflitos bélicos que devastaram o mundo ao longo do século passado», refere o encenador Victor Zambujo.
Da reflexão política para as peripécias de um consultório sentimental, “Amor Solúvel traz a Braga (30, 21h30) os impulsos confessionais e pequenas catarses íntimas de um trio composto por um professor sexólogo, uma entrevistadora e um “camera-man”.
Nos momentos musicais, a entrevistadora canta com o professor em duetos românticos, ajudados pelas harmonias dos “camera-men”, fazendo a peça deslizar para uma atmosfera inspirada nas obras para televisão do dramaturgo inglês Denis Potter.
Com textos de Carlos Tê, encenação e figurinos de Luísa Pinto e direcção musical de Hélder Gonçalves (Clã), “Amor Soluvél” assenta numa corrente de subtilezas e ironias para dar origem a «cinco histórias numa só, num palco televisivo debruado a “kitsch”».

É um reflexo das dicotomias entre o grupo e o indivíduo, entre a unidade e a fragmentação e é também o trabalho que a Companhia Nacional de Bailado apresenta a 8 de Outubro (21h30) em Braga.
Savalliana” é o título do espectáculo coreografado por Rui Lopes Graça e com sequência musical de Rui Vieira Nery sobre interpretações de música ibérica dos séculos XVI e XVII, dirigidas por Jordi Savall, que o colectivo de bailado desenvolveu a partir de uma visão pragmática mas alegre da vida, «tendo por mote a comunhão com os outros, mas também a solidão como experiências de vida do indivíduo, numa busca incessante de equilíbrio».
Trabalhando o ser humano como motor individual do imaginário colectivo, em “Savalliana”, Rui Lopes Graça recorre à análise obstinadamente rigorosa da música como base estrutural para o movimento, sem, contudo, estabelecer uma atitude de subserviência de um elemento face ao outro.
Em Outubro, a dança continua a destacar-se na programação com os ritmos quentes da América Latina.
Autenticamente cubano, o espectáculo “Kings of Salsa” (6, 21h30) alia os movimentos do mambo, rumba e cha cha cha à sensualidade da tradicional salsa das ruas de Havana.
Depois da alegria e energia dos bailarinos cubanos, o palco principal recebe “OTango – The Ultimate Tango Show” (22, 21h30), musical que, após a digressão de 2008, regressa a Portugal em novo formato.
Maior, mais ousado, com novos cenários, novo guarda-roupa original, orquestra renovada com grandes músicos e duas novas duplas de tangueros premiados em competições mundiais, “OTango” volta do coração de Buenos Aires para o palco principal de Braga.
O tempo volta atrás e o espectador é levado para 1910. Por ter traído a mulher que amava, um homem, destroçado, perde o amor da sua vida. Desesperado, decide retirar-lhe a vida num acto de pura demência; mas de memórias comoventes, somente a sua loucura permanece como o seu refúgio final; em estado de alienação, considera a reaparição da sua mulher...
Este drama de paixão está ligado a uma outra história, distinta, contudo inseparável – a história do tango. Revisitando o seu passado e redefinindo o seu presente, a personagem viaja pelos anos de ouro desta lendária música e dança argentina, em busca do seu amor perdido.


 

IMAN - Intermédia, Multimédia, Acção e Nada” é o projecto de arte contemporânea desenvolvido em formato de rede programática que o Theatro Circo acolhe, pela primeira vez, entre 9 e 29 de Outubro.
Embora a motivação principal deste projecto advenha do território das artes plásticas/visuais, a programação estende-se às artes performativas, a projectos de experimentação, de divulgação e de discussão sobre o estado e expansão das possibilidades da arte actual.
Nesse sentido, existem cinco secções a ter em conta: Secção 1. Exposição – “Tempo Emprestado Tempo Modificado”; Secção 2. À conversa/performance/dj/concerto – “O Som dos Artistas”; Secção 3. Oficina de experimentação plástica; Secção 4. Conferência; e Secção 5. fora de sítio.
Em Braga, o projecto, que, em contexto de Quadrilátero Urbano, passa também pelo Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) e pela Casa das Artes (Vila Nova de Famalicão), tem início às 16h00 do dia 9 com a exposição no Salão Nobre dos trabalhos "Proyecto para un Museo Secreto - parte 1" e "Four corners", de Javier Tudela e Paulo Brody, respectivamente. No mesmo dia decorre uma conferência de apresentação da quinta edição de “IMAN” e do projecto programático Artemosferas Porto 2001/03 e uma instalação/intervenção na entrada do Theatro Circo e outros locais da cidade, designada "Avenida da Liberdade 697", do Colectivo “Mose på Veggen”.
A 29 (22h00), o Pequeno Auditório acolhe o encerramento do projecto com a apresentação das performances “Struct_0” + “410”, de André Sier, “Building002: Ford”, de Diogo Tudela, e "Burning The Sound", de Rudolfo Quintas.
Em Outubro, o Theatro Circo acolhe ainda o desenvolvimento da iniciativa “Serenata ao Fado” (2, 21h30), pelo Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho, a XV edição do “Trovas” (23, 21h15), pela Gatuna - Tuna Feminina Universitária do Minho, e mais uma sessão de “Sons do Conservatório” (24, 11h00), pelos alunos do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga.
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